segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Alvorada Cultural - Entrevistas com José Edson dos Santos e Kori Bolivia no Poemação no Beijódromo



A Fundação Memorial Darcy Ribeiro no campus da Universidade de Brasília, conhecido como Beijódromo, abre as portas do memorial para a poesia do Distrito Federal. O Sarau do Beijo pretende dar ênfase à poesia brasiliense, divulgando seus poetas.
 No dia 1de outubro de 2013, terça feira, acontecerá na FUNDAR, o Beijódromo, o Sarau do Beijo, que tem a curadoria do Poemação e homenageia neste mês de outubro pela sua obra, pelo seu trabalho em prol cultura do DF e ao apoio dado a escritores e poetas da cidade, o professor, poeta, escritor e jornalista José Menezes de Morais. Nasceu e viveu a infância em Altos, Piauí. Está em Brasília desde 1980. Sua estreia literária foi em 1975 com Laranja partida ao meio, depois vieram Pássaro da Terra com Paisagens Humanas (1982), A Balada do Ser e do Tempo (1987), Por Favor, Dirija-se a Outro Guichê (teatro, 2001) no total publicou 11 livros e o mais recente é o romance A íris do olho da noite (Thesaurus), onde o escritor, natural de Altos, no Piauí, criou uma escrita com a cara de Brasília.
A novíssima geração de poesia de Brasília vem representada pelas poetisas Ádyla Maciel, Gabriela Ziegler e Nanda Pimenta. O mambembrincante Chico Nogueira passeia livremente entre a sua música e a sua poesia, o músico Marcio Bomfim nos mostra a poesia que virou música como Elegia poema de John Donne com música de Caetano e tradução de Augusto de Campos dentre outras. As poetisas Nina Toledo, Maria Coeli e o poeta Francisco K completam com sua poesias a homenagem ao poeta Menezes y Morais
 
Poemação no Beijódromo

Sarau do Beijo

Dia 1 de outubro de 2013 – Terça feira

Beijódromo ao lado da reitoria da UnB

Das 19:00 as 21:00

Entrada Franca

O vídeo acima foi gravado na primeira terça feira do mês de julho no Sarau do Beijo no ano  de 2013

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A poesia de Menezes y Morais é tema de Poemação no Beijódromo


Sarau do Beijo

A poesia de Menezes y Morais é tema de Poemação no Beijódromo

Em 1º de outubro (terça-feira) acontece mais uma edição do Sarau do Beijo. Dessa vez o homenageado é o professor, jornalista, escritor e poeta José Menezes de Morais.

Piauiense de Altos, Menezes Y Moraes, nasceu em 29 de julho de 1951. Formado em História pela Universidade de Brasília – UnB está na capital federal desde 1980. Promotor cultural, Militante na imprensa, sindicalista, professor universitário, Menezes foi um dos líderes do Coletivo de Poetas, movimento criado em 1992, em Brasília, com o intuito de promover o encontro de amantes da poesia e música em bares da Capital. Sua estréia literária foi no ano de 1975 com o livro Laranja Partida ao Meio. Desde então publicou 11 livros, o mais recente é A íris do olho da noite (Editora Thesaurus).

O encontro com a novíssima geração de poetas de Brasília terá como representantes: Ádyla Maciel, Gabriela Ziegler, Nanda Pimenta, Nina Toledo, Maria Coeli e o poeta Francisco K. Participam dessa edição também o mambembrincante Chico Nogueira e o músico Marcio Bomfim.

Chico Nogueira é músico autodidata. Participou da criação da primeira orquestra de viola caipira do Brasil. Tocou com o Carroça de Mamulengos e criou o grupo Mambembrincantes, que tem três CDs lançados. Poeta e violeiro, Chico Nogueira participou de diversos filmes e documentários nacionais, como: No Palácio da Rainha e Quilombos Quilombolas, Maio nosso Maio, entre outros.

Francisco K nasceu no Recife, em 1961. Veio para Brasília aos 5 anos de idade. Formado em Letras e com mestrado em Comunicação pela Universidade de Brasília – UnB, participou da criação e performance dos eventos multimídias Labirinto Transparente (no grupo Heleura, 1987), Afrofuturismo (várias edições, de 1999 a 2003) e Obranome II (Museu Nacional de Brasília, 2008). Publicou os livros de poesia Aresta / Hagoromo (Thesaurus, 1990), 1001 (Noosfera, 1997), eu versus (7 Letras, 1999), Poesia Aporia (7 Letras, 2002) e Diz (Casa das Musas, 2007).

Gabriela Ziegler nasceu em 23 de setembro de 1993, filha dos poetas Paula Ziegler e Francisco K. É pianista amadora. Publicou seu primeiro livro "Por Enquanto, Por Um Canto, Por Encanto", aos 12 anos, com uma compilação de poemas feitos na infância. Seu último projeto de livro, "Caleidoscópio", está arquivado desde 2011, com design e fotografia feita por amigos. Atualmente, escreve no blog raindropwings.blogspot.com, onde dialoga com outras referências e linguagens artísticas.

Maria Coeli é mineira de Belo Horizonte. Escritora, produtora e fotógrafa reuniu na publicação “É triste, mas não é de soluçar” quase 50 anos de sua poesia num único volume. Além da literatura, Maria Coeli se dedicou durante vários anos, à produção de vídeos, nesse universo realizou vários trabalhos sobre a história oral em torno de Brasília.

Nanda Pimenta é artista cênica, utiliza o corpo como sua linguagem. É atuante no movimento contracultural Supernova.

Ádyla Macielé poetisa de Planaltina. Participou do IV CONTRA IN-VERSOS.
Nina Toledo é professora e integrante do grupo Poetas Botam Banca.

A apresentação musical será de Marcio Bonfim com seus poemas musicados.

O poeta Nicolas Behr, um dos curadores do Sarau do Beijo, conduzirá uma entrevista com o poeta, escritor, jornalista e professor Menezes Y Moraes, homenageado da noite.

O evento tem a curadoria dos poetas Marcos Freitas e Jorge Amancio e ocorre toda a primeira terça feira do mês no Memorial Darcy Ribeiro, o Beijódromo, ao lado da reitoria da UnB.

Sarau do Beijo
Serviço:
Poemação no Beijódromo
Dia 1º de outubro de 2013 – Terça feira
Das 19:00 as 21:00
Entrada Franca

R. Almirante Alexandrino, 1991 – Santa Teresa – Rio de Janeiro – RJ– 20241-263
Tel/Fax: (21) 2507-7475 / 6086 | fundar@fundar.org.br | www.fundar.org.br
Praça Maior, Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília – UnB – 70910-900
Tel/Fax: (61) 3107-0582 / 0585 | memorial@fundar.org.br

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Amapá em Brasília

 

Autor(es): Ana Miranda
 

Imagine a floresta amazônica, um rio passa entre árvores, pássaros gritam, barcos navegam contra o pôr do sol... Os nomes dizem muito: Xarapucu, Afuá... Um menino viaja pelas águas, descobrindo o mundo. Ele conhece a alma das matas, viveu sempre entre as sombras misteriosas daquele reino encantado e perigoso, sem medo, é um ser da floresta. Vai morar na periferia de Macapá, onde há escola, e trabalha vendendo jornais e frutas e loterias para ajudar nas despesas da família pobre. Entra num seminário de padres italianos humanistas, mas não vai ser padre; seu fascínio é a política: grita contra a opressão da ditadura, entra para a Aliança Libertadora Nacional, vai de encontro a Marighella, estuda economia.

Casa com uma moça linda, nascida por mãos de parteira, que viveu a apartação cruel entre pobres e ricos durante os anos em que morou numa mineradora norte-americana encravada na floresta, em Serra dos Navios. A doçura do casal é comovente, ambos com traços indígenas no rosto, austeridade e modéstia no vestir, aparência frágil, mas de uma força extraordinária. Sonhadores, vivem para melhorar o mundo. A caminho de uma região de extrema pobreza, para onde vão fundar uma resistência, são presos. Ela espera uma criança, tem já uma imensa barriga.

O que acontece a partir dessa prisão está escrito num livro de memórias, que acaba de sair: Florestas do meu exílio. Além de contar criteriosamente a saga vivida pelo casal, com sua filhinha, entre fugas dramáticas, perseguições, torturas de naturezas várias, vidas subterrâneas que fazem lembrar as cenas mais terríveis de Dickens, Conrad, Victor Hugo, até mesmo Graciliano Ramos ou Kafka, o livro tem outra virtude: revela um Brasil e uma América Latina “que poucos conhecem em todo seu encanto e rudeza, entre florestas, cumes andinos, pueblos, vinhedos, com suas canções, insurreições, fomes, tragédias e soluções de vida”, como escrevi nas orelhas do livro. “Vemos vilezas e horrores, mas também o dom humano de amar, apoiar, acreditar, lutar por um ideal; pessoas que nada possuem e são capazes de doar, desafiar gigantes, arriscar suas vidas”.

Esse casal, hoje, vive em Brasília, e tem uma biografia da maior retidão, pela veemência de sua fé e firmeza e lealdade. Ela é Janete Capiberibe, deputada por seu estado, o Amapá, e ele, João Capiberibe, senador da República e autor das memórias.

Jamais abandonaram suas crenças, nem as florestas. Depois do sofrimento de oito anos no exílio, ele foi governar o Amapá, e o fez com o conhecimento e amor nascidos no coração daquele menino; e ela, representante eleita, retribuiu o que havia aprendido com o povo. Trabalharam sempre contra os predadores das florestas, das cidades e dos orçamentos públicos; a favor das crianças pobres, mulheres, parteiras, da gente simples que vive nas matas produzindo mel, açaí, farinhas, colhendo castanhas, dos índios, pescadores, seringueiros, e toda a gente boa do Amapá.

Outro lado bonito do livro Florestas do meu exílio é a voz do autor. Mesmo numa situação tão extrema, é uma narrativa sensata, íntegra, aguda, capaz de compreender as razões mais profundas dos sistemas e das pessoas, não apenas as almas que auxiliam, como o lado mais vil da fome dos lobos. Uma voz paciente, corajosa, obstinada, moderna, que ainda sonha e acredita.

ANE - Palestrante Alaor Barbosa


RÁDIO DAS HISTÓRIAS DELICIOSAS

por André Giusti


Comecei a trabalhar em rádio em 1987, aos 19 anos, 26 anos atrás, portanto. E para espanto e escândalo, nunca sei se hoje, 25 de setembro, é dia do rádio ou do radialista. E como no momento em que digito essas linhas estou com problema na internet e não consigo acessar o google, vou levar a dúvida para vocês. Mas se fosse apostar, arriscaria a primeira opção, dia do rádio.
 Acho que nenhum veículo de comunicação possui histórias tão divertidas.
 Meu saudoso colega Paulo Donizetti foi um excelente locutor noticiarista e colecionador de casos ocorridos nos estúdios das emissoras Brasil afora. Um de seus preferidos aconteceu em Varginha.
 Era domingo, final de tarde, e o locutor estava há mais de seis horas trabalhando e trancado no estúdio. Lá pelas tantas, o operador de áudio soltou a vinheta para informar tempo e temperatura do momento. O locutor, aquele bem padrão AM, voz de trovão, não titubeou: “
-Neste momento, em Varginha, o tempo é bom...
 Mas foi imediatamente interrompido pelos gestos enlouquecidos do operador, que do outro lado do vidro gesticulava e mexia os lábios:
-Que bom o quê, sô! Tá doido? Tá chovendo é pra caralho!
 O locutor, mestre na arte de se livrar de saias justas, imprescindível quando se trabalha em rádio, não se fez de rogado:
-Sim, tempo bom...bom para você ficar em casa, debaixo das cobertas, curtindo nossa programação!
 Outra história eu vivi na carne. Ou melhor, no ouvido.
 Houve um tempo em que os repórteres da CBN encerravam toda e qualquer intervenção com o lendário slogan “CBN, a rádio que toca notícia”. Eu era repórter e cobria uma manifestação tumultuada no centro do Rio. De repente, os manifestantes resolveram fechar a rua. Trânsito parando, polícia chegando, aquele bafafá, e eu, ao vivo, no celular, descrevendo tudo. Empolgado, encerrei o boletim confirmando a informação: os manifestantes decidiram fechar a rua. Mas o que seria um final apoteótico, virou piada. Errei feio na assinatura: CBN , a rádio que toca na RUA.
 No estúdio, o âncora era Marcus Aurélio, minha referência de apresentador de rádio e grão-mor na arte de se livrar de saias justas. Ele não deixou a bola cair, bateu de primeira.
-Sim, André Giusti! Toca na rua, em casa, no trabalho, no táxi, em qualquer lugar a CBN toca.
 Parabéns a todos nós que amamos o rádio e vivemos a delícia dessas histórias.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lançamento do livro Florestas do meu Exílio, de João Capiberibe


10 Artigos de Marcos Airton de Sousa Freitas - Engenheiro Civil - Especialista em Recursos Hídricos



1. FREITAS, M. A. S. Alocação negociada de águas na bacia hidrográfica do Rio Gorutuba (Reservatório Bico da Pedra) - Minas Gerais. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

2. FREITAS, M. A. S. Análise de risco e incerteza na gestão hidroambiental. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

3. FREITAS, M. A. S. A Previsão de secas e a gestão hidroenergética: o caso da bacia do Rio Parnaíba no Nordeste do Brasil. IN: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE REPRESAS Y OPERACIÓN DE EMBALSES, 2004, Puerto Iguazú. Anais... Buenos Aires: CACIER, 2004.

4. FREITAS, M. A. S. Regras de Operação dos Reservatórios da Bacia do Rio Paraíba do Sul / Sistema Guandu. IN: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE REPRESAS Y OPERACIÓN DE EMBALSES, 2004, Puerto Iguazú. Anais... Buenos Aires: CACIER, 2004. v. 1. p.1 - 1.

5. FREITAS, M. A. S. Um Sistema de suporte à decisão para o monitoramento de secas meteorológicas em regiões semi-áridas. Revista Tecnologia, Fortaleza, v. 19, n. 19, p. 19- 30, 1999. Republicado em Revista Tecnologia - ISSN 0101-8191, Fortaleza. Suplemento Comemorativo de 25 anos, p. 85 - 95, 2005.

6. FREITAS, M. A. S. Usos múltiplos da água na bacia hidrográfica do Rio Guaribas (Estado do Piauí). IN: SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE, 6., 2002, Maceió, AL. Anais... Porto Alegre: Editora da ABRH, 2002. v. 1.

7. FREITAS, M. A. S.; SILVEIRA, P. B. M. Políticas de operação de reservatório visando minimizar os impactos sócio-econômicos em situações de escassez. IN: SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE REPRESAS Y OPERACIÓN DE EMBALSES, 2004, Puerto Iguazú. Anais... Buenos Aires: CACIER, 2004.

8. GONCALVES, R. W.; PINHEIRO, P. R.; FREITAS, M. A. S. Métodos multicritérios como auxílio à tomada de decisão na bacia hidrográfica do Rio Curu - Estado do Ceará. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

9. LOPES, A. V.; FREITAS, M. A. S. Avaliação das demandas e ofertas hídricas na bacia do rio São Francisco usando modelo de rede de fluxo. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003.

10. SILVA, L. M. C.; FREITAS, M. A. S.; SILVEIRA, P. B. M. Aplicativo para operação de reservatório em situações de escassez - fase II. IN: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 15., 2003, Curitiba. Anais... Porto Alegre: ABRH, 2003. v. 1.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Seca no semiárido

13/9/2013 - 02h08

Seca no semiárido deve se agravar nos próximos anos

por Elton Alisson, da Agência Fapesp


Pesquisadores alertam para necessidade de executar ações urgentes de adaptação e mitigação aos impactos das mudanças climáticas previstos na região. Foto: Fred Jordão/Acervo ASACom

Agência Fapesp – Os problemas de seca prolongada registrados atualmente no semiárido brasileiro devem se agravar ainda mais nos próximos anos por causa das mudanças climáticas globais. Por isso, é preciso executar ações urgentes de adaptação e mitigação desses impactos e repensar os tipos de atividades econômicas que podem ser desenvolvidas na região.
A avaliação foi feita por pesquisadores que participaram das discussões sobre desenvolvimento regional e desastres naturais realizadas no dia 10 de setembro durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima).
Organizado pela FAPESP e promovido em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa e Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), o evento encerra-se hoje (13), no Espaço Apas, em São Paulo.
De acordo com dados do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), só nos últimos dois anos foram registrados 1.466 alertas de municípios no semiárido que entraram em estado de emergência ou de calamidade pública em razão de seca e estiagem – os desastres naturais mais recorrentes no Brasil, segundo o órgão.
O Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) – cujo sumário executivo foi divulgado no dia de abertura da Conclima – estima que esses eventos extremos aumentem principalmente nos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga e que as mudanças devem se acentuar a partir da metade e até o fim do século 21. Dessa forma, o semiárido sofrerá ainda mais no futuro com o problema da escassez de água que enfrenta hoje, alertaram os pesquisadores.
“Se hoje já vemos que a situação é grave, os modelos de cenários futuros das mudanças climáticas no Brasil indicam que o problema será ainda pior. Por isso, todas as ações de adaptação e mitigação pensadas para ser desenvolvidas ao longo dos próximos anos, na verdade, têm de ser realizadas agora”, disse Marcos Airton de Sousa Freitas, especialista em recursos hídricos e técnico da Agência Nacional de Águas (ANA).
Segundo o pesquisador, o semiárido – que abrange Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e o norte de Minas Gerais – vive hoje o segundo ano do período de seca, iniciado em 2011, que pode se prolongar por um tempo indefinido.
Um estudo realizado pelo órgão, com base em dados de vazão de bacias hidrológicas da região, apontou que a duração média dos períodos de seca no semiárido é de 4,5 anos. Estados como o Ceará, no entanto, já enfrentaram secas com duração de quase nove anos, seguidos por longos períodos nos quais choveu abaixo da média estimada.
De acordo com Freitas, a capacidade média dos principais reservatórios da região – com volume acima de 10 milhões de metros cúbicos de água e capacidade de abastecer os principais municípios por até três anos – está atualmente na faixa de 40%. E a tendência até o fim deste ano é de esvaziarem cada vez mais.
“Caso não haja um aporte considerável de água nesses grandes reservatórios em 2013, poderemos ter uma transição do problema de seca que se observa hoje no semiárido, mais rural, para uma seca ‘urbana’ – que atingiria a população de cidades abastecidas por meio de adutoras desses sistemas de reservatórios”, alertou Freitas.

Ações de adaptação

Uma das ações de adaptação que começou a ser implementada no semiárido nos últimos anos e que, de acordo com os pesquisadores, contribuiu para diminuir sensivelmente a vulnerabilidade do acesso à água, principalmente da população rural difusa, foi o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC).
Lançado em 2003 pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) – rede formada por mais de mil organizações não governamentais (ONGs) que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida –, o programa visa implementar um sistema nas comunidades rurais da região por meio do qual a água das chuvas é capturada por calhas, instaladas nos telhados das casas, e armazenada em cisternas cobertas e semienterradas. As cisternas são construídas com placas de cimento pré-moldadas, feitas pela própria comunidade, e têm capacidade de armazenar até 16 mil litros de água.
O programa tem contribuído para o aproveitamento da água da chuva em locais onde chove até 600 milímetros por ano – comparável ao volume das chuvas na Europa – que evaporam e são perdidos rapidamente sem um mecanismo que os represe, avaliaram os pesquisadores.
“Mesmo com a seca extrema na região nos últimos dois anos, observamos que a água para o consumo da população rural difusa tem sido garantida pelo programa, que já implantou cerca de 500 mil cisternas e é uma ação política de adaptação a eventos climáticos extremos. Com programas sociais, como o Bolsa Família, o programa Um Milhão de Cisternas tem contribuído para atenuar os impactos negativos causados pelas secas prolongadas na região”, afirmou Saulo Rodrigues Filho, professor da Universidade de Brasília (UnB).
Como a água tende a ser um recurso natural cada vez mais raro no semiárido nos próximos anos, Rodrigues defendeu a necessidade de repensar os tipos de atividades econômicas mais indicadas para a região.
“Talvez a agricultura não seja a atividade mais sustentável para o semiárido e há evidências de que é preciso diversificar as atividades produtivas na região, não dependendo apenas da agricultura familiar, que já enfrenta problemas de perda de mão de obra, uma vez que o aumento dos níveis de educação leva os jovens da região a se deslocar do campo para a cidade”, disse Rodrigues.
“Por meio de políticas de geração de energia mais sustentáveis, como a solar e a eólica, e de fomento a atividades como o artesanato e o turismo, é possível contribuir para aumentar a resiliência dessas populações a secas e estiagens agudas”, afirmou.
Outras medidas necessárias, apontada por Freitas, são de realocação de água entre os setores econômicos que utilizam o recurso e seleção de culturas agrícolas mais resistentes à escassez de água enfrentada na região.
“Há culturas no semiárido, como capim para alimentação de gado, que dependem de irrigação por aspersão. Não faz sentido ter esse tipo de cultura que demanda muito água em uma região que sofrerá muito os impactos das mudanças climáticas”, afirmou Freitas.

Transposição do Rio São Francisco

O pesquisador também defendeu que o projeto de transposição do Rio São Francisco tornou-se muito mais necessário agora – tendo em vista que a escassez de água deverá ser um problema cada vez maior no semiárido nas próximas décadas – e é fundamental para complementar as ações desenvolvidas na região para atenuar o risco de desabastecimento de água.
Alvo de críticas e previsto para ser concluído em 2015, o projeto prevê que as águas do Rio São Francisco cheguem às bacias do Rio Jaguaribe, que abastece o Ceará, e do Rio Piranhas-Açu, que abastece o Rio Grande do Norte e a Paraíba.
De acordo com um estudo realizado pela ANA, com financiamento do Banco Mundial e participação de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, entre outras instituições, a disponibilidade hídrica dessas duas bacias deve diminuir sensivelmente nos próximos anos, contribuindo para agravar ainda mais a deficiência hídrica do semiárido.
“A transposição do Rio Francisco tornou-se muito mais necessária e deveria ser acelerada porque contribuiria para minimizar o problema do déficit de água no semiárido agora, que deve piorar com a previsão de diminuição da disponibilidade hídrica nas bacias do Rio Jaguaribe e do Rio Piranhas-Açu”, disse Freitas à Agência FAPESP.
O Primeiro Relatório de Avaliação Nacional do PBMC, no entanto, indica que a vazão do Rio São Francisco deve diminuir em até 30% até o fim do século, o que colocaria o projeto de transposição sob ameaça.
Freitas, contudo, ponderou que 70% do volume de água do Rio São Francisco vem de bacias da região Sudeste, para as quais os modelos climáticos preveem aumento da vazão nas próximas décadas. Além disso, de acordo com ele, o volume total previsto para ser transposto para as bacias do Rio Jaguaribe e do Rio Piranhas-Açu corresponde a apenas 2% da vazão média da bacia do Rio São Francisco.
“É uma situação completamente diferente do caso do Sistema Cantareira, por exemplo, no qual praticamente 90% da água dos rios Piracicaba, Jundiaí e Capivari são transpostas para abastecer a região metropolitana de São Paulo”, comparou.
“Pode-se argumentar sobre a questão de custos da transposição do Rio São Francisco. Mas, em termos de necessidade de uso da água, o projeto reforçará a operação dos sistemas de reservatórios existentes no semiárido”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, a água é distribuída de forma desigual no território brasileiro. Enquanto 48% do total do volume de chuvas que cai na Amazônia é escoado pela Bacia Amazônica, segundo Freitas, no semiárido apenas em média 7% do volume de água precipitada na região durante três a quatro meses chegam às bacias do Rio Jaguaribe e do Rio Piranhas-Açu. Além disso, grande parte desse volume de água é perdido pela evaporação. “Por isso, temos necessidade de armazenar essa água restante para os meses nos quais não haverá disponibilidade”, explicou.
As apresentações feitas pelos pesquisadores na conferência, que termina no dia 13, estarão disponíveis em: www.fapesp.br/conclima.

* Publicado originalmente no site Agência Fapesp.
(Agência Fapesp)




segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Joãozinho da Vila - Doador de Órgãos - 2



Apresentação de Joãozinho da Vila na Terceira Bienal de poesia na Rua, realizada em Brasília entre os dias 27 e 30 de Agosto de 2013 na 312 Norte dentro d projeto cultural do açougue T-Bone

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Proposta obriga Executivo a criar os concursos para estimular novos talentos.


Agência Câmara
Publicação: 13/09/2013 10:35 Atualização: 13/09/2013 10:37





A Comissão de Cultura aprovou na quarta-feira (11) o Projeto de Lei 3073/11, do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que obriga o Executivo a criar concursos regionais de literatura em todo o País. O objetivo é descobrir e incentivar novos autores. O autor argumenta que “as oportunidades de acesso ao mercado editorial são muito restritas, uma vez que as maiores editoras estão concentradas nos grandes centros”.

A proposta altera a Política Nacional do Livro (Lei 10.753/03), acrescentando os concursos na lista de projetos que o governo deve executar para incentivar a leitura e ampliar o acesso ao livro. A lei já prevê ações como:

- ampliação da leitura de textos literários nas escolas;

- adoção da hora de leitura diária nas escolas;

- acervo mínimo de livros para bibliotecas escolares como critério de autorização de funcionamento; e

- instituição de programas para exportação e venda de livros brasileiros em feiras e eventos internacionais.

A relatora na comissão, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), defendeu a aprovação do projeto. "Fomentar a realização de concursos literários de âmbito nacional e regional é uma medida interessante e de eficácia para estimular o surgimento de novos talentos e incrementar a produção literária brasileira", afirmou a parlamentar.

Tramitação

Em caráter conclusivo, o projeto será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Mãe Stella de Oxossi toma posse na Academia de Letras da Bahia

Pela primeira vez, em 96 anos da Academia de Letras da Bahia (ALB), uma mulher negra e ialorixá torna-se uma imortal. Na noite da quinta-feira (12/9), mãe Stella de Oxossi recebeu o diploma de acadêmica das mãos do governador Jaques Wagner e passa a ocupar a cadeira 33, que tem como patrono o poeta abolicionista Castro Alves. Antes, a cadeira era ocupada pelo historiador Ubiratã Castro, intelectual combativo na luta contra o racismo.

 

 

Maria Stella de Azevedo Santos, 88 anos, é a líder do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais
tradicionais do Brasil. Autora de livros como ‘Meu tempo é agora’, ‘Òsósi - O Caçador de Alegrias’ e ‘Epé Laiyé - terra viva’, mãe Stella recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em 2009, e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2005.

Ao som de um tambor, mãe Stella subiu a rampa de acesso à ALB e foi recebida por intelectuais, políticos e seguidores da religião africana. A formalidade típica das sessões deu lugar à alegria do povo de santo que, em diversos momentos, saudou com muitas palmas e cantos o discurso da ialorixá.

De acordo com mãe Stella, o dia 12 de setembro estava marcado para ser importante em sua vida. “Eu sou o quinto elo que forma a cadeia de ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. Sou a quinta pessoa a ocupar a cadeira 33. O número 5 é meu guia. Há 74 anos eu fui iniciada para o orixá caçador, Oxóssi. Hoje é uma quinta-feira, dia consagrado ao meu orixá. Nada disso foi programado, é magia, é destino", afirmou a ialorixá em um dos trechos do discurso que foi lido pelo poeta José Carlos Capinan, por conta da sua dificuldade de enxergar.

Ainda durante o discurso, a importância da escrita e da cultura oral foi destacada, principalmente para a preservação da memória dos terreiros. "Não sou uma escritora, sou uma ialorixá que escreve. Sou uma ialorixá que escreve com o objetivo primeiro de não deixar perder a herança de nossos orixás", anunciou.

O presidente da ALB, Aramis Ribeiro Costa, deu as boas vindas à sacerdotisa. Segundo ele, a instituição tem muito orgulho em ter a presença de mãe Stella, uma importante mulher que desempenha um papel tão relevante para o Estado e é primeira ialorixá a ocupar uma cadeira na ALB.

Com a chegada dela, a ALB também abre as portas para a representante de uma religião que luta contra um preconceito histórico. Há 37 anos, os terreiros tinham que pedir à polícia para realizar seus ritos. Desde então reiteram suas ações em busca do respeito, para o qual mãe Stella contribuiu de forma particular.


De Salvador,
Ana Emília Ribeiro

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

País da poesia

 País da poesia

Sai em português 'O testemunho da poesia', importante obra ensaística do polonês Czesław Miłosz. No livro, o Nobel de Literatura faz um diagnóstico da poesia moderna e esboça panorama da produção poética da Polônia no século 20.
Por: Roberto B. de Carvalho, Ciência Hoje/ PR
 
País da poesia
O longo curso da tradição histórica do fazer poético polonês talvez explique por que o país é considerado uma terra de poetas. (foto: Włodi/ Wikimedia Commons)
Além de extensa obra poética, o polonês Czesław Miłosz (1911-2004) deixou romances, memórias, correspondência e ensaios. Entre estes últimos, destaca-se O testemunho da poesia – seis conferências sobre as aflições de nosso século, de 1983, publicado recentemente pela editora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A tradução, direta do polonês, foi confiada a Marcelo Paiva de Souza, autor também da introdução e das notas que acompanham a edição. Doutor em Ciência da Literatura pela Universidade Jagielloński, em Cracóvia, Polônia, Marcelo ensina literatura polonesa na UFPR. Experiente tradutor e estudioso da tradução, já transpôs, entre outras obras, versos de Miłosz para o português. Nesta entrevista, ele destaca a importância da publicação de O testemunho da poesia no Brasil e aponta as razões pelas quais a Polônia pode ser considerada uma terra de poetas, o país da poesia.

sobreCultura+: O que o levou a traduzir O testemunho da poesia?
Marcelo Paiva de Souza: Em uma disciplina sobre tradução que ofereci na UFPR, propus aos alunos traduzir as conferências proferidas por Czesław Miłosz na Universidade Harvard em 1981-1982, quando ocupava a Cátedra de Poesia Charles Eliot Norton. Eles aceitaram o desafio. Miłosz ensinava literatura eslava na Universidade de Berkeley havia muitos anos e podia ter escrito as conferências em inglês. Mas preferiu fazê-lo em polonês e depois as traduziu para o inglês. À medida que a versão do inglês para o português evoluía, discutíamos as soluções dadas pelos alunos e as opções feitas pelo próprio autor traduzindo-se para o inglês. Acertada a publicação com a editora da UFPR, traduzi então o livro do polonês. Um título importante da obra ensaística de Miłosz se incorporou assim à língua portuguesa. Antes, já havia trabalhado em um projeto de tradução de seus poemas com um colega da Universidade de Brasília [UnB], Henryk Siewierski. Agora, tratava-se de dar a conhecer o ensaísta. Ambos são fascinantes e fundamentais. Miłosz é um autor capital do século 20, que precisa existir em português.
Czesław Miłosz
Czesław Miłosz fala em evento da Feira Internacional do Livro de Miami, em 1986. ‘Miłosz é um autor capital do século 20, que precisa existir em português’, defende Marcelo Paiva de Souza. (foto: MDCarchives)

Que obras de Miłosz estão à disposição do leitor em português? 
Em traduções brasileiras de primeira mão, há a antologia Quatro poetas poloneses, preparada por Henryk Siewierski e José Santiago Naud, com poemas de Miłosz, Tadeusz Różewicz, Wisława Szymborska e Zbigniew Herbert, possivelmente os quatro poetas da Polônia de maior envergadura no século 20. É uma edição bilíngue, publicada em 1994, com texto introdutório dos organizadores. Mais tarde saiu a antologia de poemas de Miłosz organizada por mim e Siewierski na coleção ‘Poetas do Mundo’, da Editora UnB. Há aí um número pequeno, mas representativo, de versos do autor, precedidos por um estudo introdutório nosso. Para a revista Poesia Sempre – Polônia, da Biblioteca Nacional, foram coligidos textos de Quatro poetas poloneses e da antologia da UnB. Em Portugal há uma antologia de versos de Miłosz e Szymborska publicada em 2004. No âmbito da prosa de ficção, a Nova Fronteira publicou o romanceO vale dos demônios, à época em que Miłosz recebeu o Nobel de Literatura. É uma tradução (bem feita, aliás) da edição inglesa do livro. Recentemente a editora Novo Século começou a publicar, também de segunda mão, obras do autor, como Mente cativa, outro título essencial de sua ensaística. O português é uma língua para a qual Miłosz está pouco traduzido, se compararmos com outras línguas importantes. O que há em português de sua poesia e de seus ensaios é ínfimo.

Quais os principais temas tratados por Miłosz nas conferências?
O testemunho da poesia, de Czesław MiłoszEm síntese, trata-se de um diagnóstico da poesia moderna feito por um profundo conhecedor de literatura e um grande poeta da Europa centro-oriental, região do mundo que, segundo ele, permite um ponto de vista muito próprio para o exame do assunto. Para fundamentar sua visão crítica do estado da poesia naquela época, Miłosz recua ao que chama de “matriz” da grande poesia moderna ocidental, sobretudo a francesa, com figuras como Baudelaire, Mallarmé e Rimbaud. Em seguida, indica o roteiro de constituição do moderno na poesia da Polônia e esboça um instigante panorama da produção poética do século 20 no país. A proximidade cultural entre a França e a Polônia era enorme, e o francês foi durante muito tempo a segunda língua do letrado polonês. A moderna poesia polonesa se constitui haurindo dessa fonte, mas ganha especificidade em razão, sobretudo, dos revezes históricos que se abatem sobre o país, particularmente no século 20. Por fim, Miłosz expõe uma concepção pessoal de poesia. A obra permite, portanto, que o leitor conheça Miłosz e, guiado por seu olhar, reflita sobre a poesia moderna, particularmente a polonesa. 

Qual o impacto das conferências após sua publicação?
A publicação do livro foi saudada de imediato. Naturalmente, pois as conferências vinham no embalo do Nobel concedido a Miłosz em 1980. Outro dado relevante é a sanção institucional da Cátedra de Poesia Charles Eliot Norton. Alguém nessa posição está de posse de um alto-falante de extraordinário poder. Além disso, a situação política da Polônia à época – o país estava sob lei marcial, imposta pelo regime pró-soviético – acaba impulsionando a divulgação do livro. A voz de um intelectual dissidente ganhava naquele contexto grande ressonância política. Veículos especializados estampam resenhas, jornais noticiam a publicação. Em suma, o mundo culto ocidental reconhece o valor da obra. No entanto, essa primeira fase de recepção do livro o atrela talvez de modo excessivo às circunstâncias históricas de seu lançamento. Miłosz apoiava os movimentos de contestação na Polônia, seus poemas eram lidos em praça pública nas manifestações do Solidariedade. No quadro de polarização ideológica de então, o que se discerne n’O testemunho da poesia é antes de tudo a voz de um opositor do comunismo. Mas as questões que a obra põe em pauta hoje são outras. 

Miłosz se diz um antimoderno. Como interpretar essa posição?
Interpretá-la de modo desavisado é um erro. Ele não se considera antimoderno em sentido absoluto; é antimoderno ao se contrapor a certa tradição moderna que, a seu ver, levou, em meados do século 20, a um depauperamento do fazer poético. Essa tradição é a que deriva de Mallarmé, da poesia simbolista, e que tem ainda outro nome tutelar no domínio francês, Paul Valéry. Estamos falando de uma poesia que investe em procedimentos de linguagem de alto grau de hermetismo, de rarefação do sentido, em que o objeto verbal é tomado como coisa autônoma, quase como um sucedâneo da religião. Esse é o moderno a que Miłosz se opõe. Há um ensaio seu, 'Contra a poesia incompreensível', que, por conter críticas à chamada poesia pura, causou considerável escândalo nos meios literários. Esse é um tema de que Miłosz tratou repetidas vezes. Aí está o porquê de sua reverência ao poeta norte-americano Walt Whitman, dono de uma poesia generosa na escuta do mundo. Miłosz admira essa característica em Whitman e não a vê na tradição que vem de Mallarmé, do simbolismo, e chega ao século 20. A poesia, segundo Miłosz, é um fazer compromissado com o mundo; ela tem que dizer o mundo. Quando começa a dizer apenas a si mesma, ela definha, perde o sumo vital. 
Marcelo Paiva de Souza
Marcelo Paiva de Souza, que traduziu a obra do polonês para o português. (foto: Rosangela Meger)

Miłosz admirava também o poeta inglês William Blake, não?
Nesse caso, há outro aspecto a considerar: o fato de Miłosz ter estudado a fundo o sistema metafísico que Blake erigiu em seu universo poético, ao tratar, entre outros temas, do lugar de deserção a que o homem foi condenado em razão das conquistas da ciência, da erosão do edifício das crenças religiosas, da perda da substância metafísica na existência humana. Como pensador da modernidade, Miłosz também se ocupa dessa questão. Daí Blake ter-se transformado em referência intelectual chave para ele. Mas aqui a afinidade se dá menos em termos de fazer poético e mais na perspectiva da problemática subjacente à obra de Blake.

Qual a relação da poesia de Miłosz com a chamada literatura de testemunho?
Miłosz repudiaria o rótulo, e é interessante entender por quê. Primeiro é preciso definir literatura de testemunho. Os textos assim chamados são aqueles em que se exorcizam traumas históricos como o Holocausto ou a experiência nos gulags soviéticos. O italiano Primo Levi e o romeno Paul Celan, que trataram do Holocausto, são figuras capitais dessa vertente, assim como o russo Alexander Soljenítsin, autor de Arquipélago Gulag. Isso seria testemunho em sentido estrito, e muitos escritores poloneses têm lugar de destaque nesse filão. Mas pode-se pensar nessa noção de modo amplo, entendendo por ela toda manifestação literária que expõe algum tipo extremo de violência em dado momento histórico. Há uma tradição latino-americana de literatura de testemunho, que trata de situações de desigualdade, exclusão e arbítrio na região. Então, considerar Miłosz um autor de literatura testemunhal é reduzir a uma única cifra um universo poético de imensa riqueza.
Considerar Miłosz um autor de literatura testemunhal é reduzir a uma única cifra um universo poético de imensa riqueza
No Ocidente há certa tendência a vê-lo como escritor engajado, anticomunista. Mas essa é uma visão perigosamente estereotipada, aplicada a vários outros autores de qualidade, que têm também uma obra multifacetada. Miłosz a recusa porque não quer ver um universo poético complexo reduzido a uma só dimensão, por importante que seja. Mas é possível vê-lo como autor-testemunha de um tempo bem determinado: nos poemas que elaboram a experiência da guerra. Alguns desses textos são excepcionais, sobretudo os que tratam da questão do antissemitismo na Polônia. 'Um pobre cristão olha para o gueto', de 1943, é exemplar. A cena descrita é de destruição. Depois, vem, cavando um túnel através de uma espécie de cova coletiva, a figura misteriosa de uma toupeira, descrita como guardião de vulto semelhante ao de um patriarca do Velho Testamento, em clara referência à cultura judaica. O sujeito poético – judeu do Novo Testamento – se inclui entre os cadáveres e diz sentir medo: “Ele me contará entre os ajudantes da morte:/os não circuncidados.” Podemos falar aqui de literatura de testemunho naquele nível de grandeza que encontramos em Primo Levi ou Paul Celan. Mas, em Miłosz, isso é apenas a pontinha de uma galáxia. 

Como vê a concessão do Nobel a Miłosz? 
Quando concedido, o prêmio investe-se de poderosa carga política. Mas não se pode perder de vista que o laureado tinha àquela altura extensa folha corrida de serviços prestados à literatura. Então, desse ponto de vista, a situação é clara. Naquela conjuntura, porém, o Nobel veio reforçar o coro dos descontentes com o regime comunista. Essa fogueira foi instantaneamente alimentada pela premiação. Contudo, por mais que o prêmio tenha sido um elemento importante na arena ideológica de então, é inadmissível achar que Miłosz o recebeu exclusivamente por essa razão. Não se poderia prestar maior desserviço a um poeta dessa grandeza do que submetê-lo à bitola de ‘escritor que combateu o comunismo’. Infelizmente o Nobel naquele momento induziu esse tipo de leitura.

Por que a Polônia é considerada uma terra de poetas, o país da poesia?
A força de sua poesia foi um fator essencial para manter a identidade étnica e o espírito nacional
No campo das artes, o teatro também se destaca na Polônia. Para ficar só em dois nomes, cito Tadeusz Kantor e Jerzy Grotowski, figuras estelares da cena de vanguarda do século 20. Mas a riqueza da poesia polonesa é impressionante. Algo que talvez explique isso é o longo curso da tradição histórica do fazer poético polonês. No Renascimento, já havia um Jan Kochanowski, em pé de igualdade com os grandes poetas de seu tempo no mundo ocidental. Formou-se nos centros de saber humanístico da Itália e tinha profundo conhecimento de literaturas antigas. Escrevia em latim, mas produziu também em polonês. Já na formação da poesia polonesa inaugurou-se assim uma linhagem diante da qual cada novo praticante da arte do verso teria que lutar para manter o nível fixado por aquele pai fundador. Ao cabo de séculos, o resultado é um panorama poético de potência incomum. Outro dado significativo são as vicissitudes históricas. Perdendo a liberdade no fim do século 18, invadida por potências inimigas (os impérios russo, austro-húngaro e prussiano), a Polônia deixa de existir como Estado, mas persiste como nação. E a força de sua poesia foi um fator essencial para manter a identidade étnica e o espírito nacional. Recuperada a independência no início do século 20, pouco depois o país vive outro trauma: a Segunda Guerra. A poesia feita sob tais cataclismos será necessariamente diferenciada.

Por que o romance polonês ficou como que à sombra da poesia?
Razões históricas também ajudam a explicar isso. No século 19, período de enorme pujança do romance europeu, a Polônia estava sob rigorosa censura de invasores e enfrentava políticas de combate à nacionalidade. Isso comprometeu seriamente a criação de romances, cuja produção requer um aparato institucional complexo: no mínimo jornais, para que sejam publicados em folhetim, e editoras, para saírem como livro. Num quadro de opressão estrangeira, como o romance se desenvolveria? Com a poesia é diferente. Escrito o poema, ele está nas ruas. O que não significa que na prosa de ficção não haja obras de qualidade. Aliás, já temos algo dessa produção em boas traduções para o português. Henryk Siewierski, por exemplo, é responsável pela divulgação de Bruno Schulz no Brasil, um dos grandes nomes da narrativa polonesa do século 20. E há diversos outros. Agora, com um curso de Letras/Polonês na UFPR, quem sabe não tardem a entrar em circulação entre nós...
 

O nosso 11 de setembro


Mauro Oliveira Pires

Esta é a 11ª vez que se comemora o Dia do Cerrado, instituído em 2003 por meio de decreto presidencial, atendendo a proposta do Ministério do Meio Ambiente encampada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A data, 11 de setembro, foi uma homenagem ao ambientalista e artista Ary Pára-Raios, fundador do grupo artístico Esquadrão da Vida, que vem encantando nosso cenário cultural há mais de três décadas, graças ao trabalho de seus filhos, imbuídos de continuar a obra do pai, após a morte dele em 2003.

Em vida, Ary, que fez carreira no Distrito Federal, tornou-se militante apaixonado pelo bioma que o acolheu. Na Eco-92, articulou, com outros ambientalistas, um Tratado Internacional do Cerrado, a fim de chamar a atenção do mundo para esse importante conjunto de seres vivos, esquecido pela Constituição Federal de 1988.

Enquanto nos Estados Unidos o 11 de setembro remonta a uma tragédia assombrosa, no Brasil, a data é para refletir e celebrar a vida de um bioma único, rico em espécies e em diversos mosaicos vegetacionais, singular em sua geografia e, porque não, na diversidade humana que vem abrigando há milênios, como dizem os paleontólogos e arqueólogos.

Claro que há motivos para entristecimento; afinal, quase metade da área original foi destruída em menos de 40 anos e, na parte restante, poucos são os fragmentos remanescentes de maior porte. Mas tão importante quanto denunciar os crimes ambientais cometidos contra ele, é valorizá-lo.

E não poderia haver momento mais propício. Em pleno mês em que a secura é elevada, em que as queimadas e incêndios alastram-se espantosamente, o cerrado surpreende, por meio dos ipês-amarelos, floridos por poucos dias, parecendo dizer algo profundo e nos convidar para uma celebração.

Aproveitemos a ocasião para isto: reflexão e celebração. Que reflitamos sobre a ocupação desenfreada, movida pelo agronegócio de extensas monoculturas, destruindo ecossistemas, aniquilando nascentes, erodindo os solos, contaminando-os com agrotóxicos.

Que reflitamos se é realmente esse o modelo a ser exportado para as savanas africanas, enquanto aqui na sua porção norte, denominada Matopi (entroncamento entre os estados do Maranhão, Tocantins e Piauí), avança o desmatamento. Será que repetirão naquele continente os erros socioambientais praticados aqui? Esperemos que não. Esperemos que o Brasil não seja o imperialista de outrora, o novo colonizador que emula práticas de seus antigos conquistadores.

Que celebremos a diversidade da vida, que lembremos quão importante é o cerrado para o dinâmico equilíbrio ecossistêmico, para a formação das bacias hidrográficas e os estoques de carbono, graças à sua elevada biomassa. Que aproveitemos para cobrar do Congresso Nacional a tão esperada aprovação da emenda constitucional que eleva esse bioma, a caatinga e os pampas à condição de patrimônio nacional. Afinal, já são 18 anos de lenta tramitação.

Que aproveitemos para lembrar que, a cada dia, todos podem fazer alguma coisa pelo cerrado — seja diminuindo o lixo doméstico, seja na hora de eleger os representantes políticos, escolhendo aqueles realmente comprometidos com a conservação e o uso sustentável, pois 2014 está próximo.

Brasília conta com diversos lugares para essa celebração: seus parques, sua água mineral e arredores estão aí para serem visitados e para se descobrir as cores, os frutos, as flores e toda a fauna desse bioma riquíssimo. Que os próximos 11 de setembro sirvam para ampliar a consciência e a ação em favor do cerrado. Essa era e continua sendo a ideia para a instituição do seu dia.

Fonte: Correio Braziliense

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

3416 d.C. Lançamento do Clip e Show de Eduardo Rangel e Banda

O clipe com temática ecológica será apresentado em grande tela ao ar livre, seguido de show de Eduardo Rangel e banda.
A apresentação faz parte da "Semana do Cerrado", promovida pelo Jardim Botânico de Brasília.

  Quinta-feira - programação
19h: Abertura da exposição “Patrimônio de Todo Brasileiro” - da Caixa Econômica Federal e Produção Dziady-DMS Cultural.
19h15: Exibição do filme “Agroflorestar, Semeando um mundo de amor, harmonia e fartura”, de João Amorim.
19h45: Lançamento da pedra fundamental do “Centro de Excelência do Cerrado”.
20h: Inclusão do Jardim Botânico no “Brasília Cidade Parque” - GDF.
20h10: Lançamento da “Cooperação Jardim Botânico/IBICT”.
20h20: Distribuição de sementes do "Programa de Reposição Florestal" - Clube da Semente.
20h30: Lançamento do Videoclipe3416 d.C.”, de Eduardo Rangel, com direção de Douro Moura.
20h40: Apresentação de Eduardo Rangel e banda.
Após o início da programação será servido um coquetel aos convidados.

Músicos
Eduardo Rangel - voz
Joaquim Franca - piano digital
Ocelo Mendonça - violoncelo e sax
Paulo Goes - guitarra e violão
Oswaldo Amorim - contrabaixo
Renato Gloria - bateria 

Visite a fanpage do clipe: www.facebook.com/clipe3416?fref=ts

“3416 d.C. - uma mensagem do futuro" 
Eduardo Rangel - composição e voz Douro Moura - direção, roteiro e montagem Madalena Schnabel - produção Daniel Basil - 
fotografia Atores: William Ferreira, Simônia Queiroz, André Deca, Marina Pimentel e Mariana Rios, Cid Rauen, Frank Joseph, Jessie 
Braz, Wander Braz, Pedro Leal, João Gott e Simone Oliveira Lia de Paula - assistência de fotografia, still e making of Guto Martins
 assistência de fotografia Jaqueline Pereira - arte Luciana Menescal - assistência de arte Leonardo Brito - maquiagem Roque
 Fritsch - eletricista Fernando Cavalcante e Paulo Ferreira - som direto Assistentes de produção: Daniel Sarkis, Daniela Oliveira, 
Lauro Fialho, Paula Caricatti, Nicholas Braga e Tiago Faquini  Mattheus Macedo - computação gráfica Gabriel Ramos - criação 
do jornal Daniel Sarkis - captação Figurino: Suzana Barbosa e Cristina Cordeiro, com colaboração de Jaqueline Pereira, Lia de 
Paula, Farlley Derze e Jamile Torman. Música: gravação e mixagem - Daniel Musy   masterização - Ricardo Garcia arranjo, 
acordeom e programação de percussão - Leo Brandão guitarra e violão - Walter Villaça contrabaixo - André Vasconcelos.

Serviço
Lançamento do Clipe “3416 dC”, de Eduardo Rangel 
Quinta-feira, dia 12 de setembro, às 20h30, no "Jardim Botânico de Brasília" 
Ônibus gratuitos saindo do Museu da Republica para o Jardim Botânico, às 18:30h e 19h
Jardim Botânico de Brasília - SMDB, Área Especial, Lago Sul 
Informações: Tel 61 3366-2141 
Entrada Franca
Classificação indicativa: Livre



 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

SARAU RADICAL Vez e Voz da Periferia

Mais uma edição especial do Sarau radical, em tempo de lutas, reunimos mais uma vez a juventude periférica para curtir literatura, muita música boa e shows de qualidade. Dia 21 estaremos todos reunidos no Skate Park de São Sebastião pra receber geral e curtir mais esta comemoração dos 10 anos do grupo que tem agitado nossa cena e construído uma quebrada mais vida com cultura e arte.

E as 14 começa a Feira de Trocas Radical

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Poemação no Beijódromo - Sarau do Beijo - Homenagem a Ivan da Presença

Poemação no Beijódromo
 Sarau do Beijo
Homenagem a Ivan da Presença

A Fundação Memorial Darcy Ribeiro no campus da Universidade de Brasília, conhecido como Beijódromo, abre as portas do memorial para a poesia do Distrito Federal. O Sarau do Beijo pretende dar ênfase à poesia brasiliense, divulgando seus poetas e sua poesia, na multiplicidade de sua expressão.
No dia 3 de setembro de 2013, terça-feira, acontecerá na FUNDAR, o Beijódromo, o Sarau do Beijo, que tem a curadoria do Poemação e homenageia neste mês de setembro pelo seu trabalho em prol cultura do DF e apoio dado a escritores e poetas da idade, o empresário cultural Ivan da Presença. 
 
A poeta Cristina Bastos com os poetas Alexandre Marino, Jenário de Paula e Paulo Roberto Miranda darão o tom poético na homenagem. A atriz Raquel Ely mostra o seu talento na interpretação de poetas consagrados como Manuel Bandeira, Quintana, Drummond dentre outros, Marina Andrade canta s versos de Augusto dos Anjos. A música terá a participação especial de Joaquim Barroncas com o seu saxofone e o som acústico do coletivo Dialeto Sound Crew.
Alexandre MarinoJosé Alexandre Marino Gomes nasceu em Passos, MG. Jornalista,  publicitário e escritor veio para Brasília em 1982. Premiado em vários concursos literário. Atualmente é funcionário do Ministério da Educação (MEC). Foi repórter de alguns importantes jornais brasileiros. Poeta publicou até o momento, cinco livros. Tem textos em diversas antologias e editou revistas culturais.
Cristina Bastos – Maria Cristina Bastos Junqueira nasceu em Uberlândia veio para Brasília em 1972. Formada em Educação Artística. Sua atividade não se limita à poesia — é artista plástica e fotógrafa, e se orgulha de ter pertencido ao grupo “Ladrões de Alma”, que promoveu várias exposições em Brasília. Escreve desde 1972 e tem poemas publicados nas Antologias Poéticas Hélio Pinto Ferreira, volumes X, XI e XII, e em Intimidades Transvistas (Editora Escrituras), 1997, coletânea de poemas inspirados na obra do artista plástico Valdir Rocha. Tem dois livros publicados.
Jenário de Paula - Jenário de Fátima Rodrigues é hoje considerado por muitos um dos melhores sonetistas da atualidade. Autodidata, começou a escrever sonetos em meados de 2004, seus poemas são encontrados circulando pela Net, em sites, blogs, comunidades, orkut... Muitos dos seus sonetos foram transformados em vídeos e podem ser visualizados nos sites afins. Participou de antologias e prefaciou inúmeros livros. 
Paulo Roberto Miranda - Varadero é o pseudônimo do poeta Paulo Roberto Cardoso de Miranda veio para Brasília em 1959, antes da inauguração. É um dos organizadores e compositores do Pacotão, pretende escrever muita poesia, esculhambar muitos governos com o bloco, porque acredita na revolução pela força das palavras, das ideias,  dos exemplos e das pessoas generosa.
Dialeto Sound Crew ou DIALETO MC's em processo de gravação do seu primeiro CD,  é um coletivo com influencias Reggae, Rap, Soul, R&B e música brasileira, que reflete a diversidade e a miscigenação presente no Brasil. Original do DF, é a sintetização de ritmos, culturas, e ideias de revolução tanto espiritual quanto social. O grupo é formado por um DJ e quatro vozes: DJ Janna e os vocalistas Dudulino, Heitor Valente, Jocilaine Oliveira e Apoena Ferreira, que apresentam letras de autoria própria utilizando a dinâmica do "Sound System". 
O poeta Nicolas Behr entrevista o empresário cultural Ivan da Presença o homenageado da noite. Marina Andrade com uma leitura musical de Augusto dos Anjos, a atriz Raquel Ely interpreta poetas da literatura brasileira e o luxuoso sax de Joaquim Barroncas completa a homenagem.   
O evento tem a curadoria dos poetas Marcos Freitas e Jorge Amancio e ocorre toda a primeira terça-feira do mês no Memorial Darcy Ribeiro, o Beijódromo, ao lado da reitoria da UnB.
Poemação no Beijódromo
Sarau do Beijo
Dia 3 de setembro de 2013 – Terça-feira
Das 19:00 as 21:00
Entrada Franca
 
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