quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Revistas Literárias, na Livraria Cultura

Recursos Educacionais Abertos podem globalizar a educação

Tema de projetos governamentais e institucionais, os Recursos Educacionais Abertos tornam publicações, teses e cursos acessíveis a qualquer um pela internet

Cinthia Rodrigues – iG São Paulo

O termo Recursos Educacionais Abertos (REA) criado pela Unesco há 11 anos pode ainda ser bastante desconhecido, mas as aplicações práticas têm milhões de adeptos mundo afora. São exemplos de REA a Khan Academy e cursos online abertos como os de MIT, Harvard, Columbia e Stanford. No Brasil, as universidades também começam a baixar os escudos da academia e projetos de lei tentam tornar público materiais comprados pelos governos.


Pela definição da Unesco, “Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros”. Cabem aí cursos inteiros ou parciais, livros ou capítulos, vídeos, artigos acadêmicos e aulas em qualquer formato, ou seja, tudo que serve para aprendizagem tem potencial para ser REA, basta estar online e sem bloqueio por senhas, proibições autorais ou formatos que dificultem o acesso.

Os modelos de REA mais conhecidos, no entanto, não são iniciativas de governos. A maioria deles vem de instituições de ensino e pessoas. A abertura de cursos online pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT em 2001 é considerada a precursora dos Recursos Educacionais Abertos. A própria denominação da Unesco surgiu depois.

No ano passado a quantidade de universidades com conteúdo aberto cresceu exponencialmente. Foram criadas as plataformas EDX - que já estreou com curso do próprio MIT e da renomada Harvard e ganhou outras parceiras – e Coursera com materiais de pelo menos 25 universidades de diferentes partes do mundo.

Entre as iniciativas pessoais, a mais popular é a do americano Salman Khan, criador da Khan Academy, um site com aulas gratuitas em vídeos que tem 6 milhões de usuários por mês em 216 países. “Cada pessoa pode optar por uma licença aberta a tudo o que publica na internet”, explica Bianca. A principal opção para deixar clara a intenção de compartilhamento é publicar como Creative Commons, uma licença livre que se opõe ao Copy Right, em que todos os direitos da obra são reservados.

Saiba mais sobre o assunto:

REA Brasil
www.rea.net.br


Exemplos de REA:

Khan Academy www.khanacademy.org

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Elke Erb - matriarca da cena poética berlinense contemporânea


Cultura

Ênfase no concreto e visão aguçada do cotidiano caracterizam obra da poeta. Mas Erb acrescenta o experimento linguístico e sua ironia particular. Uma referência importante para as jovens gerações de autores.
Espécie de matriarca da cena poética berlinense contemporânea, Elke Erb nasceu numa pequena cidade da Renânia do Norte, mas passou parte da infância e adolescência na República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), para onde seu pai, o crítico literário Ewald Erb, decidira emigrar em 1949. Ela se formou em Germanísitica, Eslavística, História e Pedagogia na Universidade de Halle.
Também conhecida como tradutora do russo, inglês e georgiano, Elke Erb verteu para o alemão escritores de gerações diversas, como Alexander Pushkin, Marina Tsvetáieva, Anna Akhmátova, Velimir Khlébnikov, Oleg Yuriev e Olga Martynova. Sua vida como escritora na Alemanha Oriental encontrou os obstáculos comuns a todos os que se recusaram a uniformizar-se de acordo com a estética do regime, e ela foi vigiada pela polícia secreta Stasi, do mesmo modo que Peter Huchel e outros poetas e escritores.

Erb costuma combinar contos, poemas e ensaios num mesmo volume. Estreou em 1975, com Gutachten. Poesie und Prosa (Avaliações. Poesia e prosa), ao qual seguiram-se, até a queda do Muro de Berlim, Einer schreit: Nicht! Geschichten und Gedichte (Alguém grita: Não! Histórias e poemas, 1976), Trost. Gedichte und Prosa (Consolo. Poemas e Prosa, 1978), Vexierbild (Ilusão de ótica, 1983), e Kastanienallee. Texte und Kommentare (1987), cujo título evoca uma avenida berlinense.

Detalhe realista e experimentalismo linguístico
"Poeta do absurdo" Christian Morgenstern influenciou Erb
Elke Erb seguiu vivendo no leste da capital alemã após 1989, e hoje tem papel importante para as gerações mais jovens de poetas, como editora e por seu próprio trabalho poético. A exemplo de outros poetas que iniciaram e conduziram grande parte de seu trabalho sob a vigilância dos controles estéticos de um Estado comunista, há na obra de Elke Erb uma ênfase sobre o concreto e material e uma visão aguçada sobre a vida cotidiana.
A essas características, porém, ela une um trabalho sintático pessoal, com ironia bastante particular. Por vezes, recorre até mesmo a uma linguagem quase infantil, num trabalho sonoro e semântico que remete à poesia do absurdo do inglês Edward Lear, ou, em alemão, a Christian Morgenstern e o dadaísta Hans Arp.
Os experimentos sintáticos de Elke Erb demonstram afinidades com o trabalho das escritoras norte-americanas ligadas à revista L=A=N=G=U=A=G=E, e ela encontrou em Rosmarie Waldrop uma tradutora e interlocutora congenial. Em 1995 a editora Burning Deck Books, de Waldrop, lançou Mountains in Berlin, uma antologia de poemas de Elke Erb traduzidos para o inglês.

Grande dama da poesia
Nos últimos anos, a autora alemã publicou basicamente coletâneas de poemas, vários pela importante editora de Urs Engeler, entre os quais: die crux(2003), Gänsesommer (2005), Sonanz. 5-Minuten-Notate (2008), assim como Freunde hin, Freunde her (2005). Em 2012 foi convidada a integrar a Academia de Artes de Berlim.
Numa resenha do livro Sonanz, Tom Pohlman discute como Erb oscila entre gêneros literários distintos. Ele menciona o mal-estar de pertencer a um gênero delimitado – comum entre os poetas contemporâneos, mas que os une por um interesse quase científico no funcionamento da linguagem. A esse grupo, Pohlman subscreve Elke Erb, assim como os franceses Francis Ponge e Philippe Jaccottet, ou a dinamarquesa Inger Christensen, entre outros. Mas é possível também incluir aqui a própria Rosmarie Waldrop, tradutora de Erb nos Estados Unidos, ou Hilda Hilst, do Brasil, ainda que de maneiras distintas.
Com a chegada de mais uma geração de poetas na língua alemã nestes últimos anos e o respeito que também têm dedicado ao trabalho de Elke Erb, parece cada vez mais clara e certa sua ascensão à posição de uma das Grandes Damas da poesia germânica contemporânea, ao lado de Ulla Hahn e Friederike Mayröcker, entre outras.

Autor: Ricardo Domeneck
Revisão: Augusto Valente

Fonte: DW

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Lançamento do livro “100 anos de McLuhan”


Pesquisadores da Faculdade de Comunicação, da Universidade de Brasília (UnB), lançam o livro “100 anos de McLuhan”. A obra reúne artigos de 11 grandes estudiosos brasileiros e um mexicano sobre a herança do pensador Marshall McLuhan, que se dedicou durante boa parte de sua vida ao estudo do impacto dos meios de comunicação. O evento faz parte das comemorações dos 50 anos da Faculdade de Comunicação, UnB, que será celebrado no biênio 2103-2104. O livro nasceu como resultado de um seminário, homônimo à obra, realizado em novembro de 2011, na Faculdade de Comunicação, em homenagem aos 100 anos de Marshall McLuhan. Nos dois dias de evento, os estudiosos dedicaram-se a discutir o pensamento do autor.O lançamento acontece no Auditório da Faculdade de Comunicação, ICC Norte, Campus Universitário Darcy Ribeiro – UnB.

Local: Universidade de Brasília - L2 Norte - Asa Norte -
Data: Terça, às 19h
Preço inteira: Entrada franca
De: 26/02/2013

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Carlos Pial no Clube do Choro

Paulo Leminski volta às prateleiras com compilação de poemas quase-inéditos


Lançamento de seis livros do poeta paranaense resgata a elegância dos versos loucos e sóbrios de um escritor que renovou a poesia brasileira
Nahima Maciel
Publicação: 25/02/2013 06:00Atualização: 25/02/2013 11:00
 (FCLopes/CB/D.A Press sobre foto de João Urban/Divulgação)
Samurai malandro, caipira cabotino, Rimbaud curitibano, caboclo polaco-paranaense, concreto beatnik, Paulo Leminski inspirava tantos apelidos que até ele mesmo chegou a se autointitular com alcunhas tão engraçadas quanto contraditórias. Dependendo do interlocutor, ele se dizia um dadaísta clássico ou um punk parnasiano. Provinciano, isso Leminski tinha certeza de que era. Mas o melhor mesmo era sua capacidade de “samurai preciso”, definição da crítica Leyla Perrone-Moisés para a habilidade de ser elegante, sóbrio, limpo, sem graçolas, apesar dos jogos de palavras, e adepto do silêncio, da distância segura da verborragia desatada. Seja nos haicais, ou haikais, seja nos poemas mais longos. Para isso a publicação Toda poesia, publicado pela Companhia das Letras, é bastante útil.

O volume reúne os seis livros publicados entre 1976 e 1994, e uma compilação de poemas quase-inéditos, que ficaram de fora de edições oficiais depois de serem publicados em pequenos livrinhos independentes e de baixa tiragem. Entre as obras selecionadas pela editora, muita coisa fora de catálogo volta agora a circular, caso do raríssimo Quarenta clics em Curitiba, a estreia do poeta. Colocados lado a lado, os livros aparecem em uma sequência que permitirá ao leitor descobrir o “polilingue paroquiano cósmico” que Haroldo de Campos identificou no prefácio de Caprichos & relaxos. 
Poemas do livro Toda Poesia, de Paulo Leminski:

A Lua no Cinema
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
Amanheça, por favor!

Datilografando Este Texto
ler se lê nos dedos
não nos olhos
que olhos são mais dados
a segredos

Mil e uma Noites até Babel
Torre
cujo tombo
virou lenda
até hoje,
a sombra,
como um membro, lembra

Como Pode?
Soa estranho, esta manhã,
tudo o que sempre foi meu, como pode?
Como pode que esse som lá for a,
os sons da vida, a voz de todo dia,
pareça ficção científica?
Como pode que esta palavra,
que já vi mil vezes e mil vezes disse,
não signifique mais nada,
a não ser que o dia, a noite, a madrugada,
a não ser que tudo não é nada disso?
Pode que eu já não seja mais o mesmo.
Pode qa luz, pode ser, pode céu e pode quanto.
Pode tudo o que puder poder.
Só não pode ser tanto.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/02/25/interna_diversao_arte,351090/paulo-leminski-volta-as-prateleiras-com-compilacao-de-poemas-quase-ineditos.shtml
 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Governo tem o desafio de integrar bibliotecas e criar feiras no DF


O Plano Distrital do Livro e da Leitura (PDLL) deve virar decreto nos próximos meses e nortear políticas para a área nos próximos 10 anos

Nahima Maciel
Publicação: 21/02/2013 07:05Atualização: 21/02/2013 08:44


Miriam Raposo, coordenadora do PDLL, anuncia 10 feiras dos livros nas cidades do Distrito Federal (Iano Andrade/CB/D.A Press)
Miriam Raposo, coordenadora do PDLL, anuncia 10 feiras dos livros nas cidades do Distrito Federal

Após um ano inteiro de discussões com diversos segmentos do livro e da leitura no Distrito Federal, as secretarias de Educação e Cultura enviaram ao Governo do Distrito Federal o Plano Distrital do Livro e da Leitura (PDLL), documento que deve virar decreto nos próximos meses e norteará as políticas para a área nos próximos 10 anos. Com 54 páginas e uma série de constatações, o PDLL funciona como um diagnóstico da atual situação do livro e da leitura no DF, mas também como uma indicação dos caminhos que serão trilhados pela Secretaria de Cultura nos próximos anos. O plano começou a tomar forma no ano passado, durante uma série de reuniões que envolveu representantes de segmentos públicos e privados em debates sobre os problemas e necessidades da área.

Segundo Miriam Raposo, diretora de Políticas do Livro e da Leitura da Secretaria de Cultura e coordenadora do PDLL, o documento foi construído com base nas informações fornecidas pelos segmentos, mas alguns pontos assustaram editores e escritores. O poeta Gustavo Dourado, presidente da Academia Taguatinguense de Letras, conta que nunca foi chamado para uma reunião. “Nunca fomos inseridos e não tenho muito conhecimento desse plano. Achei inócuo, vazio. Para nós, não chegou”, diz.

Confira a íntegra da entrevista com Miriam Raposo, coordenadora do Plano Diretor do Livro e da Leitura (PDLL)


O PDLL aponta diretrizes como uma lei que institucionalize as bibliotecas, eventos literários que facilitem a aquisição, fomento a projetos sociais, criação do fundo do DF para fomentar a leitura e ampliação da mala do livro. Em que fase de execução estão essas diretrizes?
Estamos conseguindo institucionalizar o PDLL, então mandamos a minuta. É um diagnóstico que representa exatamente um momento de olhar para nossa realidade e fazer um planejamento para atividades futuras. A institucionalização do documento possibilita que todas as coisas que estamos solicitando entrem em execução e virem lei. Mas primeiro precisa ser um decreto.

Livreiros e editores da cidade se sentem excluídos dessa discussão. Por que?

A gente fez várias reuniões convidando a sociedade e, nesse processo, chamamos a Câmara do Livro, que estava representando, todo mundo. Se alguém não soube, então era alguém que não estava ligado à Câmara. A gente chamou as associações que reunem essas pessoas, fomos pegando grupos. Todas as pessoas vinculadas a essas organizações tiveram acesso e isso foi mais difícil, por isso ficamos preocupados em deixar o texto na internet por um tempo.

Manter as bibliotecas ligadas às administrações regionais é vantagem? Por que? Não seria melhor serem ligadas diretamente às secretarias?

Nossas bibliotecas têm uma gestão compartilhada. O prédio e os funcionários são da Região Administrativa. A coordenação técnica vem da secretaria de Cultura. Sempre foi assim. A secretaria não tem prédio, não tem funcionários. Temos visto em outros sistemas de bibliotecas públicas que quando a gestão é da secretaria, é muito mais fácil. Porque aí o prédio vai ser nosso, nós vamos ser responsáveis pelos funcionários. Como não temos, acreditamos que podemos também fazer um trabalho nessas condições. Temos que estar mais próximos das RAs. O ideal seria que fossem nossos, mas já que não são, temos que aproveitar essa proximidade para construir esse projeto de livro e leitura mais próximo do que acreditamos. A ideia era implantar o Sistema de Biblioteca Pública do DF e usar como referencial o que está sendo feito na Colômbia. Estivemos lá e voltamos com algumas ideias. Acreditamos que podemos construir uma proposta compatível com a realidade e que atenda às especificidades. O ideal seria que fosse da secretaria, mas se fôssemos fazer algo só quando fosse da secretaria, não faríamos nada. Estamos construindo uma coisa muito legal que vai fazer a diferença.

Muitas bibliotecas estão deterioradas…
A gente não pode fazer a reforma num prédio que não é nosso, então a gente precisa do administrador e ele tem toda a cidade. A demanda é grande. A gente precisa reunir forças. Temos, por exemplo, a intenção de trabalhar com algumas bibliotecas para organizar esse sistema. Ele coloca as bibliotecas em comunicação. A pessoa entra no site e vê quais livros tem em todas as bibliotecas, se está emprestado ou não.

O novo plano fala em uma feira do livro histórica que mobiliza Taguatinga e Sobradinho. Mas habitantes dessas regiões dizem que isso não existe…

São feiras históricas no sentido de que aconteceram na história do país e que, quando aconteceram, mobilizaram. Essa informação foi confirmada, quando elas aconteceram mobilizaram muita gente. Foi informação trazida pelos gerentes de cultura das regionais. A informação que a gente recebeu da gerência de cultura na época é que era uma feira que mobilizou muita gente. Fizemos uma reunião com as RAs e eles disseram "vocês precisam inserir as histórias da nossa RA". Já recebemos considerações críticas sobre isso, mas confirmamos essa informação. Nosso objetivo era só reunir as informações para termos uma clareza do que está acontecendo no DF.

E qual o seu diagnóstico?
A gente tem uma cidade que ainda precisa trabalhar muito com o livro e a leitura, ainda precisa muita coisa para fazer da cidade a capital do livro e da leitura. Mas tem gente organizando coisas belíssimas e a gente não pode negar isso. Nossa ideia era exatamente organizar isso para que essas atividades não sejam organizadas de forma tão fragmentada. Na hora que se organiza tudo, a gente fortalece as atividades.

Um plano indica objetivos, diretrizes e metas. Lendo o plano, a impressão é de que é só um diagnóstico…
Ele não tem isso ainda porque as diretrizes e metas são muito específicas do segmento. Se fosse focar tudo de todo mundo, ia ser uma loucura. A ideia do plano é um documento que tenha validade de 10 anos, não dá para ser gigantesco. Nossa estratégia foi levantar eixos e diretrizes globais que envolvem todos os segmentos. Agora, estamos no plano de ação de todos os segmentos, que estão se organizando para fazer objetivos, diretrizes, metas. Aí é bem específico. O próprio plano define que vai ser esse caminho. Não é só um diagnóstico. Mas a gente reconhece que o diagnóstico é uma das questões mais importantes do plano. Agora é momento em que estamos trabalhando com os próximos passos.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/02/21/interna_diversao_arte,350648/governo-tem-o-desafio-de-integrar-bibliotecas-e-criar-feiras-no-df.shtml
 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SHOW DE ANDREA DOS SANTOS NO I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas



Dia 20 de fevereiro terei a honra de participar do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, que acontecerá de 18 a 21 de fevereiro. Cerca de três mil mulheres camponesas, de vinte e dois estados do Brasil, vão discutir o tema Na Sociedade que a Gente Quer, Basta de Violência contra a Mulher!

Durante os quatro dias de encontro, as mulheres debaterão a produção de alimentos saudáveis, o combate à violência contra as mulheres e o feminismo. Além de estudos, discussões e vivências, as camponesas também terão atividades culturais.
De acordo com o MMC, está confirmada a participação de representantes de movimentos feministas de Cuba, Honduras, da Colômbia, Venezuela, do Chile, Paraguai, da República Dominicana, Itália, e África do Sul.
De 18 a 21 de fevereiro, Brasília recebe cerca de três mil pessoas, de todo o país e do exterior, para o I Encontro Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas. O evento, que conta com a participação de representantes de entidades nacionais e internacionais de apoio à luta das mulheres, tem como principal tema “Mulheres Camponesas, Rompendo o Silêncio e Lutando Contra a Violência”.

A abertura oficial ocorreu hoje, dia 18, às 14h00, no Pavilhão do Parque da Cidade e é organizado pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), que traduz a luta de milhares de mulheres brasileiras trabalhadoras, mães, camponesas, negras, brancas e índias. Está articulado em 22 estados do Brasil e faz parte da Via Campesina – Brasil.
Na próxima quarta-feira, 20, às 19h00, mulheres farão um ato solidário de doação de cabelos para a confecção de perucas para as vítimas de escalpelamento. O ato é em apoio às cirurgias reparadoras que o Governo do Amapá promove junto às vítimas de escalpelamento, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
O escalpelamento ocorre quando uma grande quantidade de cabelo é arrancada muito rapidamente. Isso pode acontecer com o cabelo enrolado em motores em grande rotação, quando arranca, além do escalpo, orelhas, sobrancelhas e por vezes uma enorme parte da pele do rosto e do pescoço, levando a deformações graves e até a morte. Esse tipo de acidente na navegação ribeirinha ocorre com maior intensidade na foz do Amazonas, nos estados do Pará e do Amapá, vitimando principalmente as mulheres, das quais 65% são crianças.
Para evitar esses acidentes, existe a Lei 11.970/2009, de autoria da deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP), que obriga que as embarcações coloquem em seus volantes e eixos dos motores uma proteção. A parti da Lei diminuiu o número de acidentes. Em 2011 não houve nenhum caso registrado de escalpelamento.
contato@libris.com.br
www.libris.com.br

O encontro é organizado pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) 
Compareçam, e vamos celebrar a força, sabedoria e a beleza da mulher.

SHOW DE ANDREA DOS SANTOS
Dia: 20/02
Hora: 20h30
Local:Pavilhão do Parque de Exposições do Parque da Cidade - Brasília
ENTRADA FRANCA

Meu primeiro e-book

Newsletter

01.02.2013 11:30

Meu primeiro e-book

"Viemos pelo potencial brasileiro em ser o maior mercado do mundo", Alex Azapiro, Amazon. Foto: IstockPhotos
“Viemos pelo potencial brasileiro em ser o maior mercado do mundo”, Alex Azapiro, vice-presidente da Amazon do Brasil. Foto: IstockPhotos

Há pouco mais de um ano, 70% dos brasileiros nunca tinham ouvido falar em livros digitais. A experiência com essa leitura, em geral de obras disponibilizadas em PDF gratuitamente na internet, era considerada uma opção de segunda linha, incapaz de superar o papel. O mercado digital muda, porém, de maneira veloz. A aposta recente das grandes empresas vendedoras de e-books no Brasil – Amazon, Apple e Google – e a movimentação das maiores redes de livrarias brasileiras – Livraria Cultura e Saraiva – para não ficarem atrás no negócio marcam a entrada de vez do novo produto no País. “É um caminho sem volta”, diz Hubert Alqueres, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), representante das editoras.

A Apple iniciou as vendas de e-books brasileiros em outubro de 2012, por meio da iTunes. Em dezembro foi a vez do Google, com o Google play, e da Amazon, com seu site brasileiro. Alex Szapiro, vice-presidente do Kindle da Amazon do Brasil, conta que a empresa estudou o mercado durante um ano e meio. “Viemos pelo potencial brasileiro de ser um dos maiores mercados do mundo.” A Livraria Cultura e a Saraiva já comercializavam livros digitais desde 2010, mas o volume de obras disponíveis equivalia a 10% do que existe hoje.

O acervo continua pequeno comparado a mercados maduros. São 15 mil títulos em português, diante de 1 milhão de obras nos Estados Unidos, onde as vendas de e-books começaram nos primórdio dos anos 2000. No mercado de livro impresso, 58 mil títulos foram lançados apenas em 2011. Os investimentos das editoras para a conversão dos arquivos devem, no entanto, impulsionar rapidamente o número de obras brasileiras disponíveis em formato digital.

*Leia matéria completa na Edição 734 de CartaCapital, já nas bancas

http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/meu-primeiro-e-book/


 


O livro 'Na tarde que se avizinha e outros poemas” enfeixa uma seleção de poemas dos seis primeiros livros de poesia do autor , a saber: 'Raia-me Fundo o Sonho tua Fala', 'Na Curva de um Rio, Mungubas', 'Quase um Dia', 'Moro do Lado de Dentro', 'A Terceira Margem do Rio' e 'A Vida Sente a Si Mesma'. A Antologia segue a divisão por livros e obedece a ordem cronológica inversa, do mais recente ao mais antigo. Com ilustração da capa da artista curitibana Manoela Afonso, a obra reúne poemas autobiográficos, de cenas cotidianas, de meditações sobre o tempo e a finitude da vida.

Onde comprar:

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Encontro Nacional Nordestino de Cordel em Brasília


Benefícios, como direito à previdência, serão reivindicados para artistas ligados ao gênero
Diego Ponce de Leon

Publicação: 13/02/2013 06:30Atualização:

Xilogravura de J. Borges, o mais famoso gravador nacional em atividade (Carlos Silva/CB/D.A Press)

Xilogravura de J. Borges, o mais famoso gravador nacional em atividade

A literatura de cordel passeia por terras brasileiras desde o início da colonização. Lá se vão séculos. Nem por isso, os artistas ligados ao gênero gozavam de qualquer prestígio. Principalmente, àqueles relacionados aos direitos trabalhistas. A vocação era exercida informalmente. A partir de 2010, graças ao I Encontro Nacional Nordestino de Cordel em Brasília (2009), o empurrão final foi dado e a Lei 12.198/2010 entrou em vigor, depois de pastar 25 anos no Congresso.

Segundo o texto, repentistas, emboladores de coco, contadores de causos populares e cordelistas devem ser reconhecidos como profissionais artísticos e, então, usufruir dos direitos destinados à classe. Avanço tardio, porém imprescindível. Apesar da regulamentação, vários entraves ainda pautam o setor. Destarte, fundamental a realização do segundo encontro — que acontece a partir de hoje (e segue até sexta), no Teatro da Caixa — e a manutenção da discussão.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/02/13/interna_diversao_arte,349286/encontro-nordestino-de-cordel-vai-cobrar-mais-beneficios-para-artistas.shtml

Escritora Mariana Ianelli lança O amor e depois, sétimo livro de poesia


A autora faz da poesia um instrumento de compreensão do mundo e do homem
Nahima Maciel
Publicação: 14/02/2013 08:25Atualização: 14/02/2013 08:58
A poetisa não é moderna, não tem medo de falar de sensações e não é direta (Clóvis Ferreira/Divulgação)
A poetisa não é moderna, não tem medo de falar de sensações e não é direta

É preciso fé para escrever um poema. Tal qual no sacerdócio, se não houver a crença no intangível, todo o resto fica comprometido. E não há nada mais intangível que as palavras quando usadas para traduzir o sentir. É um pouco assim que se deve chegar a O amor e depois, o sétimo livro de Mariana Ianelli, 33 anos e certamente um dos expoentes da jovem poesia paulistana. Neta do pintor Arcângelo Ianelli, mestre em literatura, crítica literária e duas vezes finalista do Prêmio Jabuti, Mariana faz da poesia um instrumento de compreensão do mundo e do humano, mas se engana quem estiver em busca do óbvio.

A poetisa não é moderna, não tem medo de falar de sensações e não é direta. “Depois da bruma que seduz o erro/Depois da grande decepção e do escrúpulo/Mesmo que te doendo como um animal/Perdido, arremessado no vazio de um campo,” escreve. Nem sempre o tema do poema se apresenta e, assim como a autora durante o processo da escrita, o leitor precisa de fé para mergulhar no universo subjetivo. Se os versos não revelam de imediato, eles fisgam pela delicadeza. “Acho que todo escritor, todo poeta, para escrever, antes lê as coisas ao seu redor. O que depois aparece para a crítica como tema, motivo poético ou característica marcante de um livro nem sempre são aspectos que moveram o autor ou que ele teve a intenção de priorizar”, explica Mariana. “Vejo, por exemplo, leituras de O amor e depois mencionando o tema do amor, o que para mim não deixa de ser intrigante, porque, na verdade, à parte o poema-título, o amor não está presente ali senão como um consentimento maior, algo ligado a um sentido de esperança diante das coisas destruídas, devastadas, aparentemente extintas.”

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2013/02/14/interna_diversao_arte,349491/escritora-mariana-ianelli-lanca-o-amor-e-depois-setimo-livro-de-poesia.shtml

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mapa e outros três poemas - WISLAWA SZYMBORSKA


WISLAWA SZYMBORSKA

TRADUÇÃO REGINA PRZYBYCIEN
Mapa

Plano como a mesa
na qual está colocado.
Debaixo dele nada se move
nem busca vazão.
Sobre ele -meu hálito humano
não cria vórtices de ar
e deixa toda a sua superfície
em silêncio.
Suas planícies, vales, são sempre verdes,
os planaltos, montanhas, amarelos e marrons
e os mares, oceanos, de um azul delicado
nas margens fendidas.
Tudo aqui é pequeno, próximo, acessível.
Posso tocar os vulcões com a ponta da unha,
acariciar os polos sem luvas grossas.
Com um olhar posso
abarcar cada deserto
junto com o rio logo ali ao lado.
Selvas são assinaladas com arvorezinhas
entre as quais seria difícil se perder.
No Ocidente e Oriente
acima e abaixo do equador -
assentou-se um manso silêncio.
Pontinhos pretos significam
que ali vivem pessoas.
Valas comuns e súbitas ruínas
não cabem nesse quadro.
As fronteiras dos países mal são visíveis
como se hesitassem entre ser e não ser.
Gosto dos mapas porque mentem.
Porque não dão acesso à dura verdade.
Porque, generosos e bem-humorados,
estendem-me na mesa um mundo
que não é deste mundo.
Tem aqueles que

Tem aqueles que cumprem a vida com mais eficácia.
Põem ordem em si mesmos e a seu redor.
Têm resposta certa e jeito para tudo.
Logo adivinham quem a quem, quem com quem,
com que objetivo, por onde.
Batem o carimbo nas verdades únicas,
atiram ao triturador fatos desnecessários,
e a pessoas desconhecidas
de antemão destinam fichários.
Pensam só o quanto vale a pena,
nem um instante mais,
pois depois desse instante espreita a dúvida.
E quando recebem dispensa da existência,
deixam o posto
pela porta indicada.
Às vezes os invejo
- por sorte isso passa.

Coação
Comemos a vida de outros para viver.
A falecida costeleta com o finado repolho.
O cardápio é um necrológio.
Mesmo as melhores pessoas
precisam morder, digerir algo morto,
para que seus corações sensíveis
não parem de bater.
Mesmo os poetas mais líricos.
Mesmo os ascetas mais severos
mastigam e engolem algo
que, afinal, ia crescendo.
Custa-me conciliar isso com os bons deuses.
Talvez crédulos,
talvez ingênuos,
deram à natureza todo o poder sobre o mundo.
E é ela, louca, que nos impõe a fome,
e ali onde há fome
finda a inocência.
À fome se juntam logo os sentidos:
o paladar, o olfato, o tato e a visão,
pois não é indiferente quais iguarias
e em quais pratos.
Até a audição participa
no que sucede, pois à mesa
não raro há conversas alegres.
Para o meu poema

Na melhor das hipóteses,
meu poema, você será lido atentamente,
comentado e lembrado.
Em uma hipótese pior,
apenas lido.
Terceira possibilidade -
escrito, de fato,
mas logo jogado no lixo.
Você pode se valer ainda de uma quarta saída -
desaparecer não escrito
murmurando satisfeito algo para si mesmo.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/90516-mapa-e-outros-tres-poemas.shtml

Sueños Somos - Marcos Freitas

Poesía Solidaria del Mundo - Marcos Freitas

miércoles 7 de diciembre de 2011
5484.- MARCOS FREITAS

Marcos Freitas nació en Teresina, Piauí, Brasil en 1963. Ingeniero Civil. Profesor Universitario. Posgraduado en Medio Ambiente, Recursos Hídricos y Gestión Pública. Posee más de 100 publicaciones técnico-científicas en periódicos y anales de simposios nacionales e internacionales. Poeta. Cuentista. Letrista con innumerables colaboraciones musicales y más de 40 libros y capítulos de libros en 6 idiomas. Miembro de la ANE – Asociación Nacional de Escritores y de la UBE – Unión Brasileña de Escritores. Director del Sindicato de los Escritores del DF. Miembro de la ALT-DF y la ALB-DF. En el campo de la literatura, ha publicado los siguientes libros: A Vida Sente a Si Mesma (Ed. Ibiapina, Teresina, 2003); A Terceira Margem Sem Rio (Ed. Ibiapina, Teresina, 2004); Moro do Lado de Dentro (Ed. CBJE, Rios de Janeiro, 2006); Quase um Dia (Ed. CBJE, Rios de Janeiro, 2006); Na Curva de um Rio, Mungubas (Ed. CBJE, Rios de Janeiro, 2006); Raia-me Fundo o Sonho Tua Fala (Ed. CBJE, Rios de Janeiro, 2007); Marcos Freitas – Micro-Antologia (Ed. Thesaurus, Brasília, 2008); Staub und Schotter (Ed. CBJE, Rios de Janeiro, 2008); Urdidura de Sonhos e Assombros (Ed. CBJE, Rios de Janeiro, 2010) e Inquietudes de Horas e Flores (Ed. Livre Expressão, Rio de Janeiro, edição bilíngue: português-espanhol, 2011). En el área técnico-científica: Neurocomputação Aplicada (Ed. FUFPI, Teresina,1998); A Regulação dos Recursos Hídricos: estado e esfera pública na gestão de recursos hídricos – análise do modelo atual brasileiro, críticas e proposições (Ed. CBJE, Rio de Janeiro, 2009) y Que Venha a Seca: modelos para gestão de recursos hídricos em regiões semiáridas (Ed. CBJE, Rio de Janeiro, 2010).


SUEÑOS SOMOS

unos dicen que los sueños deben ser vividos
otros que deben ser divididos
otro que los sueños, sueños son
¿y yo qué digo?
¿y yo qué sueño?
a veces el tiempo pasado
me es futuro
del presente o del pretérito
¿ya ni lo sé?
¿qué esperar de los sueños?
¿qué esperar de lo que somos?
son y sueño:
partituras atemporales.

(traducción Carlos Saiz Alvarez)


Veja mais poemas em:
http://fernando-sabido-sanchez.blogspot.com/search/label/BRASIL

http://poetassigloveintiuno.blogspot.com/

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

МЫ И НАШИ МЕЧТЫ - Маркус Фрейтас

Маркус Фрейтас

МЫ И НАШИ МЕЧТЫ

 
Одни говорят, что мечтами следует насладиться;

другие, что ими надобно поделиться;

кое-кто утверждает: мечты – это просто мечты.

Ну, а мне что сказать?

Ну, а мне о чём возмечтать?

Временами прошедшее

будущее мне заменяет...

Я сегодняшний или вчерашний? –

Да кто его знает!

Чего тебе ждать от мечты?

Чего тебе ждать от того, кто ты?

Итак, жить или только мечтать –

в вечной пьесе играть?


Tradução do português por Oleg Almeida


Les uns me disent: les songes sont tous pour aujourd'hui;
les autres disent: on doit les partager avec autrui;
quelqu'un afirme encore: les songes sont pour qu'on songe, tout court.
Et moi, qu'est-ce que je dis?
Et moi, qu'est-ce que je songe?
Des fois, le temps passé
me remplace le présent.
Suis-je d'hier ou bien d'aujourd'hui?
Je ne le sais!
Qu'ai-je donc à espérer de mes songes?
Qu'ai-je donc à espérer de moi-même?
Sons et songes,
partitures hors du temps.


Tradução do português por Oleg Almeida


SONHOS SOMOS

uns dizem que os sonhos devem ser vividos
outros que eles devem ser divididos
já outro que sonhos sonhos são
e eu o que digo?
e eu o que sonho?
às vezes o tempo passado
me é futuro
do presente ou do pretérito
eu já nem sei?
o que esperar dos sonhos?
o que esperar do que somos?
som e sonho:
partituras atemporais.


Marcos Freitas.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Menos da metade dos professores de escolas públicas leem no tempo livre


Agência Brasil
Publicação: 05/02/2013 10:56Atualização:

Um cabo de vassoura que era capaz de falar e sentir era o protagonista do primeiro livro lido pela então adolescente Denise Pazito. Hoje, professora e pedagoga no Espírito Santo, ela fala da experiência em seu blog. "O livro foi indicado pela escola. Provavelmente, eu estava no 4° ou 5° ano. Ele se chamava Memórias de um Cabo de Vassoura e o seu autor era Orígenes Lessa. Professora inspirada a minha. Acertou na mosca. Uma história encantadora. Me encantou pelo mundo das letras."

Mas assim como são capazes de encantar, os professores têm em suas mãos o poder de desencantar, não por intenção, às vezes por desconhecimento. Uma pesquisa feita pelo QEdu: Aprendizado em Foco, uma parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann., organização sem fins lucrativos voltada para educação, mostra que menos da metade dos professores das escolas públicas brasileiras tem o hábito de ler no tempo livre.

Baseado nas respostas dadas aos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgados em agosto do ano passado, o levantamento do QEdu mostra que dos 225.348 professores que responderam à questão, 101.933 (45%) leem sempre ou quase sempre, 46.748 (21%) o fazem eventualmente e 76.667 (34%), nunca ou quase nunca.

No caso de Denise, a leitura levou essa prática para as salas de aula, no entanto, muitos brasileiros terminam o ensino básico sem ler um livro inteiro. Para além da falta do hábito de leitura, a questão pode estar ligada a infraestrutura.

"O número de professores que não leem é chocante, mas isso pode estar ligado ao acesso. É preciso lembrar que faltam bibliotecas e que um livro é caro. Um professor de educação básica ganha em média 40% menos que um profissional de ensino superior. Acho que faltam políticas de incentivo. Não acredito que seja apenas desinteresse", diz a diretora executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Um levantamento divulgado em janeiro pelo movimento mostra que o Brasil precisa construir 128 mil bibliotecas escolares em sete anos para cumprir uma lei federal que vigora desde 2010. Segundo a pesquisa, faltam 128 mil bibliotecas no país. Para sanar esse déficit até 2020, deveriam ser erguidos 39 espaços por dia, em unidades de ensino públicas e particulares. Atualmente, a deficiência é maior nas escolas públicas (113.269), o que obrigaria a construção de 34 unidades por dia até 2020.

Para Priscila, uma possível solução seriam os livros digitais. O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado) do Ministério da Educação distribui equipamentos tecnológicos nas escolas e oferece conteúdos e recursos multimídia.

Além disso, o governo facilita o acesso aos conteúdos por meio da distribuição de tablets, tanto para professores quanto para estudantes. No ano passado, o MEC transferiu R$ 117 milhões para 24 estados e o Distrito Federal para a compra de 382.317 tablets, destinados inicialmente a professores do ensino médio.

Sobre o acesso digital, os dados do levantamento do QEdu mostram que 68% dos professores (148.910) que responderam à pergunta usam computador em sala de aula. O estado com a maior porcentagem é Mato Grosso do Sul: 95% dos professores disseram que usam o equipamento. O Maranhão é o estado com a menor porcentagem (50,5%) de professores fazem o uso do computador. É lá também onde se constatou a maior porcentagem de escolas onde não há computadores: 38,3%. Estão no Sudeste, no entanto, as maiores porcentagens dos professores que acreditam não ser necessário o uso de computador nas salas: Minas Gerais (16%), Rio de Janeiro (15,4%) e São Paulo (15%).

O responsável pelo estudo, o coordenador de Projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins, diz que o país ainda tem problemas estruturais que dificultam o acesso a tecnologias. "Existem muitos desafios no país ligados a problemas de infraestrutura. Não apenas de acesso às máquinas, mas de acesso à internet, à qualidade dos sinais", disse.

Ao recepcionar o professor norte-americano, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância dos meios digitais: “O conteúdo ao qual o filho dos mais ricos tem acesso pode ser dado aos menos servidos de educação. Queremos tornar a educação não algo escasso, mas um direito humano que todas as pessoas possam ter”, disse.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ultimasnoticias_geral/33,104,33,99/2013/02/05/professor_interna,347846/menos-da-metade-dos-professores-de-escolas-publicas-leem-no-tempo-livre.shtml

Geoprocessamento e Recursos Hídricos: aplicações práticas

 
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